Chegou o Outono à capital… começa a ficar demasiado fresco para usar apenas uma t-shirt, começa a chover, começa a soprar um vento de fazer espirrar… São 10h30m.
Joey olha pelo vidro da janela do seu quarto para as traseiras do prédio e aprecia o tempo cinza e húmido que o faz lembrar-se do clima da sua terra-natal, Braga. O tempo não convida mesmo nada a um passeio. E muito menos convida a um dia de trabalho... Felizmente para Joey, hoje é domingo e não tem urgência! Pode mesmo ficar em casa.
Entretanto, nuns andares mais abaixo, mais concretamente no piso R/Chão, Will sai do elevador e olha pelo vidro da porta de entrada do prédio e vê o vizinho com ar interessantemente surfista (desta vez, sem cão) a aproximar-se correndo para não se molhar muito mais naquele temporal que se auto-anunciava. Will prontifica-se a abrir-lhe a porta, poupando-o a mais uns segundos de molha enquanto procuraria as chaves no bolso. Na realidade, Will prontificaria-se a abrir-lhe algo mais do que a porta e até a procurar as chaves do bolso por ele…
- Obrigado! Bom dia! – diz o jovem vizinho, com um sorriso meio tímido.
- Bom dia! – responde Will com um sorriso excessivamente simpático (um daqueles sorrisos que nos faz pensar “ Está a chover!! Faz frio!! Estamos numa altura do ano em que não se passa de especial!! Porque raio estás com um sorriso de orelha a orelha??”).
Will, apesar de muito sorridente, não adianta muito mais do que um “bom dia!”. Ele até é bastante casual em estabelecer primeiras conversas e uma expressão tão simples como “este tempo está mesmo a ficar mau…” poderia dar origem a uma boa conversa. Quantas vezes um comentário de Will sobre o tempo não terá mais tarde dado origem a uma boa… … ... conversa? No entanto, Will ficara claramente inquieto na presença daquele vizinho por quem já tinha um “fraquinho” logo à primeira vista…
Ao ver que Will fechara a porta da entrada do prédio, o surfista surpreende-se:
- Não ia sair??
- Não… … vou lá baixo, aos arrumos do prédio.
- Ah! Julguei que me tinha aberto a porta porque ia sair… Agradeço então a sua simpatia!
Will quase explode de entusiasmo. Não só é o outro que está a iniciar conversa como, ainda por cima, o seu mero gesto começa logo a arrasar com simpatia. Will descontrai um pouco e ganha uma especial confiança para “fazer-se ao bife”.
- É … vou aos arrumos verificar se está tudo ok com a minha bicicleta… Claro que agora não está muito bom tempo para andar por aí… Mas, caso surja uma aberta, aproveito e meto-me a fundo…
Will faz uma pausa... talvez a pensar na conotação promíscua que esta sua última expressão poderia ter. Depois lamenta ser ainda demasiado cedo neste seu novo relacionamento humano para aproveitar esta deixa para avançar um pouco mais na insinuação… Enfim, outras oportunidades para fazer joguinhos com palavras e trocadilhos preversos não faltarão… espera ele!! E continua:
- Eu sou de Leiria. E, lá em cima, tenho o costume de sair de casa nos domingos e perder a tarde toda nos meus passeios de bicicleta. Às vezes, mesmo debaixo de um frio e uma chuva torrencial…
- Isso é muito porreiro… E em Lisboa pode fazê-lo?
- Claro… vou ali para o parque. É claro que não tem nada a ver com o pinhal de Leira, para onde geralmente vou. A paisagem dos arredores do parque também nada têm a ver com os arredores de Leiria… Mas, é o que se desenrasca.
- Eu também tenho ali a minha bike mas confesso que não ando muito com ela… Agora, sou mais ligado ao surf. Aproveito o tempo livre para surfar… Adoro o Guincho!... Não vou hoje, porque o mar está desordenado.
- Eu também adoro o Guincho… Aliás, eu adoro praia no geral, não fosse eu de uma região com algumas das praias mais belas do país! ahah!...
- Naturalmente… … Quando era puto, costumava ir com os meus pais e o meu irmão para a praia da Nazaré, que é relativamente perto de Leiria. Já lá estiveste?
- A sério??... Certamente já nos cruzámos nas nossas infâncias! Eu também costumava ir para lá fazer praia. Em que anos foste para lá?… hmmm, podemo-nos tratar por “tu”?
- Ahahah!... Claro que sim! Hmm… talvez nos verões de 1986 a 1990.
- Então.. muito provavelmente já nos cruzámos pela praia quando éramos miúdos!! Quiçá até já tenhamos construído uns castelos de areias juntos!!
Tal possibilidade (cómica embora virtualmente muito possível … e até bastante enternecedora) despoleta uma boa gargalhada sincera e, ao mesmo tempo, tímida no vizinho. Naturalmente que Will, com uns copos em cima e se aquele hall de entrada fosse transformado num bar tipo “Bundas Largas” ou num “Ágil”, já teria soltado um piropo à “il-même” do género “O mais curioso é que tu és o meu príncipe encantado e quero viver num castelo contigo…”. Seria novamente demasiado cedo para tal. Will controla-se, até porque nem sabe se o vizinho, aparentemente heterossexual (o que faz com que Will tenha maior vontade de lhe dar uma ferradela no pescoço), também gosta de salsicha com chouriço…
Depois de umas boas gargalhadas a dois (sabendo-se, desde já, que Will espera dar algo mais do que umas boas gargalhadas com o vizinho), surge um silêncio inesperado, o que acaba por condicionar um ambiente momentaneamente perturbador. Will fica inquieto por não saber desenvencilhar-se da situação e o vizinho fica em aparente ansiedade ligeira por não saber como responder à piada dos “castelos de areias”… …
- Já agora, o meu nome é Will. Moro no 5ºDir.
O vizinho corresponde:
- Eu chamo-me Ricardo. Moro precisamente acima de ti, no 6º Dir.
- A sério? Eu estou debaixo de ti??
… …É isto que Will tem também de engraçado. Não tem qualquer dificuldade em elaborar as mais fantásticas frases com conotação dupla, deixando o seu alvo algo confuso e até embaraçado, o que posteriormente acaba por resultar num excelente atractivo. Porém, talvez por força do hábito, surgem estas “saídas” menos “politicamente correctas” sem qualquer segunda intenção, do qual se embaraça ele próprio. Tenta disfarçar, explicando-se…
- É que já moro aqui há algum tempo e nunca tive razões de queixa do vizinho de cima. És muito silencioso!
- Era suposto ser mais barulhento?? – diz Ricardo uma sorriso malandro.
- Não!! – neste momento Will pensa “Oh meu Deus! Isto não me está a correr nada bem!!...” – Não é isso! O que eu queria dizer era que nem dei pela existência de vizinhos de cima, porque não ouço qualquer ruído vindo de cima! …O que é bom, naturalmente!!
...Tão bom como ele, não é, Will?
- Sim… mas agora deixa-me dizer que na próxima semana irei fazer uns arranjos lá em casa, especialmente no meu quarto. Para que lado fica virado o teu quarto?
- Para as traseiras do prédio. – responde Will.
- E pá, que chatice! O meu quarto fica precisamente acima do teu. Vou tentar não fazer muito barulho… mas, já sabes, vai ouvir umas marteladas e uns arrastamentos de móveis. Desculpa lá.
- Não há qualquer problema! Não me deve afectar muito! Eu costumo deitar-me cedo e levantar-me cedo!
Que mentira, Will!!! E continua:
- Desde que seja depois das 8h da matina, é na boa!
O quê, Will?? … … …Ao ponto a que um gajo desce quando se derrete completamente por outro gajo…
- Ok… então garanto-te que nunca antes das 8h … se calhar, nunca antes das 9h! É que eu gosto de dormir!!
- Eu também gosto… mas gosto mais de ser madrugador!!
OH MEU DEUS!! Tem alguma dignidade, Will!!! Não tarda muito estás a lamber-lhe os pés!!! … … ... Eu sei, eu sei… não era de todo mau para ti, Will… ...
Depois de troca de sorrisos e de uma pausa de segundos, Ricardo oferece-se para rematar aquela conversa de ocasião:
- Bom, já agora aproveito a boleia e vou também aos arrumos. Tenho que ir lá buscar o meu berbequim, para começar a adiantar alguma coisa lá no meu quarto.
- Ok! Vamos lá!
Will e Ricardo descem as escadas que os leva até à cave, onde são os arrumos. Ricardo adianta-se e Will, que fica para trás, não fica, porém, NADA insatisfeito. Eis uma excelente oportunidade para apreciar aquele rabinho jovem de pele que a água salgada do mar tratou de amaciar. Para azar de Will, as calças de ganga do moço são largas. Deu, contudo, para imaginar um rabo de “nota 8 em 10!”. À medida que avançam escadas, a luminosidade (já pouco abundante naquele dia cinza) vai-se perdendo. Will apercebe-se que um dos seus desejos mais profundos naquele momento é concretizado: ir para um sítio bem escuro e escondido com Ricardo… … …O que enfim…revela a ânsia sexual vivida naquele momento por Will. Há pessoas que vêm o copo “meio cheio” e Will é uma delas!
Joey olha pelo vidro da janela do seu quarto para as traseiras do prédio e aprecia o tempo cinza e húmido que o faz lembrar-se do clima da sua terra-natal, Braga. O tempo não convida mesmo nada a um passeio. E muito menos convida a um dia de trabalho... Felizmente para Joey, hoje é domingo e não tem urgência! Pode mesmo ficar em casa.
Entretanto, nuns andares mais abaixo, mais concretamente no piso R/Chão, Will sai do elevador e olha pelo vidro da porta de entrada do prédio e vê o vizinho com ar interessantemente surfista (desta vez, sem cão) a aproximar-se correndo para não se molhar muito mais naquele temporal que se auto-anunciava. Will prontifica-se a abrir-lhe a porta, poupando-o a mais uns segundos de molha enquanto procuraria as chaves no bolso. Na realidade, Will prontificaria-se a abrir-lhe algo mais do que a porta e até a procurar as chaves do bolso por ele…
- Obrigado! Bom dia! – diz o jovem vizinho, com um sorriso meio tímido.
- Bom dia! – responde Will com um sorriso excessivamente simpático (um daqueles sorrisos que nos faz pensar “ Está a chover!! Faz frio!! Estamos numa altura do ano em que não se passa de especial!! Porque raio estás com um sorriso de orelha a orelha??”).
Will, apesar de muito sorridente, não adianta muito mais do que um “bom dia!”. Ele até é bastante casual em estabelecer primeiras conversas e uma expressão tão simples como “este tempo está mesmo a ficar mau…” poderia dar origem a uma boa conversa. Quantas vezes um comentário de Will sobre o tempo não terá mais tarde dado origem a uma boa… … ... conversa? No entanto, Will ficara claramente inquieto na presença daquele vizinho por quem já tinha um “fraquinho” logo à primeira vista…
Ao ver que Will fechara a porta da entrada do prédio, o surfista surpreende-se:
- Não ia sair??
- Não… … vou lá baixo, aos arrumos do prédio.
- Ah! Julguei que me tinha aberto a porta porque ia sair… Agradeço então a sua simpatia!
Will quase explode de entusiasmo. Não só é o outro que está a iniciar conversa como, ainda por cima, o seu mero gesto começa logo a arrasar com simpatia. Will descontrai um pouco e ganha uma especial confiança para “fazer-se ao bife”.
- É … vou aos arrumos verificar se está tudo ok com a minha bicicleta… Claro que agora não está muito bom tempo para andar por aí… Mas, caso surja uma aberta, aproveito e meto-me a fundo…
Will faz uma pausa... talvez a pensar na conotação promíscua que esta sua última expressão poderia ter. Depois lamenta ser ainda demasiado cedo neste seu novo relacionamento humano para aproveitar esta deixa para avançar um pouco mais na insinuação… Enfim, outras oportunidades para fazer joguinhos com palavras e trocadilhos preversos não faltarão… espera ele!! E continua:
- Eu sou de Leiria. E, lá em cima, tenho o costume de sair de casa nos domingos e perder a tarde toda nos meus passeios de bicicleta. Às vezes, mesmo debaixo de um frio e uma chuva torrencial…
- Isso é muito porreiro… E em Lisboa pode fazê-lo?
- Claro… vou ali para o parque. É claro que não tem nada a ver com o pinhal de Leira, para onde geralmente vou. A paisagem dos arredores do parque também nada têm a ver com os arredores de Leiria… Mas, é o que se desenrasca.
- Eu também tenho ali a minha bike mas confesso que não ando muito com ela… Agora, sou mais ligado ao surf. Aproveito o tempo livre para surfar… Adoro o Guincho!... Não vou hoje, porque o mar está desordenado.
- Eu também adoro o Guincho… Aliás, eu adoro praia no geral, não fosse eu de uma região com algumas das praias mais belas do país! ahah!...
- Naturalmente… … Quando era puto, costumava ir com os meus pais e o meu irmão para a praia da Nazaré, que é relativamente perto de Leiria. Já lá estiveste?
- A sério??... Certamente já nos cruzámos nas nossas infâncias! Eu também costumava ir para lá fazer praia. Em que anos foste para lá?… hmmm, podemo-nos tratar por “tu”?
- Ahahah!... Claro que sim! Hmm… talvez nos verões de 1986 a 1990.
- Então.. muito provavelmente já nos cruzámos pela praia quando éramos miúdos!! Quiçá até já tenhamos construído uns castelos de areias juntos!!
Tal possibilidade (cómica embora virtualmente muito possível … e até bastante enternecedora) despoleta uma boa gargalhada sincera e, ao mesmo tempo, tímida no vizinho. Naturalmente que Will, com uns copos em cima e se aquele hall de entrada fosse transformado num bar tipo “Bundas Largas” ou num “Ágil”, já teria soltado um piropo à “il-même” do género “O mais curioso é que tu és o meu príncipe encantado e quero viver num castelo contigo…”. Seria novamente demasiado cedo para tal. Will controla-se, até porque nem sabe se o vizinho, aparentemente heterossexual (o que faz com que Will tenha maior vontade de lhe dar uma ferradela no pescoço), também gosta de salsicha com chouriço…
Depois de umas boas gargalhadas a dois (sabendo-se, desde já, que Will espera dar algo mais do que umas boas gargalhadas com o vizinho), surge um silêncio inesperado, o que acaba por condicionar um ambiente momentaneamente perturbador. Will fica inquieto por não saber desenvencilhar-se da situação e o vizinho fica em aparente ansiedade ligeira por não saber como responder à piada dos “castelos de areias”… …
- Já agora, o meu nome é Will. Moro no 5ºDir.
O vizinho corresponde:
- Eu chamo-me Ricardo. Moro precisamente acima de ti, no 6º Dir.
- A sério? Eu estou debaixo de ti??
… …É isto que Will tem também de engraçado. Não tem qualquer dificuldade em elaborar as mais fantásticas frases com conotação dupla, deixando o seu alvo algo confuso e até embaraçado, o que posteriormente acaba por resultar num excelente atractivo. Porém, talvez por força do hábito, surgem estas “saídas” menos “politicamente correctas” sem qualquer segunda intenção, do qual se embaraça ele próprio. Tenta disfarçar, explicando-se…
- É que já moro aqui há algum tempo e nunca tive razões de queixa do vizinho de cima. És muito silencioso!
- Era suposto ser mais barulhento?? – diz Ricardo uma sorriso malandro.
- Não!! – neste momento Will pensa “Oh meu Deus! Isto não me está a correr nada bem!!...” – Não é isso! O que eu queria dizer era que nem dei pela existência de vizinhos de cima, porque não ouço qualquer ruído vindo de cima! …O que é bom, naturalmente!!
...Tão bom como ele, não é, Will?
- Sim… mas agora deixa-me dizer que na próxima semana irei fazer uns arranjos lá em casa, especialmente no meu quarto. Para que lado fica virado o teu quarto?
- Para as traseiras do prédio. – responde Will.
- E pá, que chatice! O meu quarto fica precisamente acima do teu. Vou tentar não fazer muito barulho… mas, já sabes, vai ouvir umas marteladas e uns arrastamentos de móveis. Desculpa lá.
- Não há qualquer problema! Não me deve afectar muito! Eu costumo deitar-me cedo e levantar-me cedo!
Que mentira, Will!!! E continua:
- Desde que seja depois das 8h da matina, é na boa!
O quê, Will?? … … …Ao ponto a que um gajo desce quando se derrete completamente por outro gajo…
- Ok… então garanto-te que nunca antes das 8h … se calhar, nunca antes das 9h! É que eu gosto de dormir!!
- Eu também gosto… mas gosto mais de ser madrugador!!
OH MEU DEUS!! Tem alguma dignidade, Will!!! Não tarda muito estás a lamber-lhe os pés!!! … … ... Eu sei, eu sei… não era de todo mau para ti, Will… ...
Depois de troca de sorrisos e de uma pausa de segundos, Ricardo oferece-se para rematar aquela conversa de ocasião:
- Bom, já agora aproveito a boleia e vou também aos arrumos. Tenho que ir lá buscar o meu berbequim, para começar a adiantar alguma coisa lá no meu quarto.
- Ok! Vamos lá!
Will e Ricardo descem as escadas que os leva até à cave, onde são os arrumos. Ricardo adianta-se e Will, que fica para trás, não fica, porém, NADA insatisfeito. Eis uma excelente oportunidade para apreciar aquele rabinho jovem de pele que a água salgada do mar tratou de amaciar. Para azar de Will, as calças de ganga do moço são largas. Deu, contudo, para imaginar um rabo de “nota 8 em 10!”. À medida que avançam escadas, a luminosidade (já pouco abundante naquele dia cinza) vai-se perdendo. Will apercebe-se que um dos seus desejos mais profundos naquele momento é concretizado: ir para um sítio bem escuro e escondido com Ricardo… … …O que enfim…revela a ânsia sexual vivida naquele momento por Will. Há pessoas que vêm o copo “meio cheio” e Will é uma delas!
Entretanto, perdido em pensamentos mais “pecaminosos”, Will adianta-se demais nas escadas e perde também uma das escadas. Desiquilibra-se, solta um grito/ronco breve, ameaça espatifar-se no chão …para, por fim, ancorar-se com a sua mão direita na nádega esquerda bem firme do vizinho de cima e assim re-estabelecer o seu equilíbrio postural. Sabia lá Will que aquele rabo, que ele apreciara uns poucos segundos antes, acabaria por ser a sua salvação e protecção contra um destino marcado por dores ósseas, distensões musculares e até uns quantos pontos no meio da testa. Além disso, todas as dúvidas que persistiam quanto à possível nota 8 (uma nota atribuída com muito boa vontade, uma vez que as calças eram tão largas que poucos contornos nadegueiros deixavam salientar) eram agora apagadas. Nota confirmada e com possibilidade de subir até ao 10 se for a oral (numa oral em pé, naquela parte em que se agarram as nádegas com as duas mãos, podem-se tirar muito boas conclusões... ... ...).
Apesar de ter colocado a mão no dito cujo, Will não fica, porém, impressionado naquele momento. Fica extremamente embaraçado. Eu diria mesmo que naquele momento Will só queria um buraco para se enfiar… ,tendo eu perfeitamente noção dos riscos que corro, neste contexto, de ser mal interpretado… …
- Ah desculpa, Ricardo… Falhei uma escada. Está muito escuro aqui. Foi sem querer…
(“Sem querer”… pois, pois… …O que tu queres, sei eu!... )
- Não há problema! Estás bem?
Will tenta mostrar-se tranquilo e esconder, o mais que puder, o seu embaraço. Continua a descer as restantes escadas, já à frente de Ricardo, como se esteve apto para correr a maratona. Desata então numa resposta excessiva longa, num discurso que parece não ter fim, o que destrona claramente a sua vontade de ocultar o seu gigante embaraço:
- Sim, estou. Falhei uma escada. Desequilibrei-me. Falta aqui uma lâmpada. Isto pode acontecer a qualquer um. Ainda por cima, está um dia tão cinzento…É que não se vê mesmo nada. E as escadas são tão curtas. Temos que falar disto na próxima reunião do condomínio. É um assunto importante. Se for uma pessoa de idade, pode magoar-se a sério e fazer uma fractura grave. Eu conheço uma senhora de 80 anos que caiu de umas escadas e depois teve que ir para o hospital e ficou lá em internamento…
… … … … … A sério, Will, já ficavas por aí! … … Mas, Ricardo ouve-te até acabares a história toda da senhora de 80 anos, com ar de quem está interessado (ele até disfarça bem… tal como Joey quando os seus doentes começam a contar histórias da irmã da cunhada que teve um desgosto muito grande por ter um filho que anda metido com uma rapariga que só gosta de gastar dinheiro…).
Finalmente, chegam à porta dos arrumos de Ricardo. A porta dos arrumos de Will e Joey fica uns metros à frente. Despedem-se cordialmente.
- Bom, vou então entrar aqui. Até logo ou até amanhã, Will!
- Ok! Eu continuarei esta caminhada atribulada mais uns metros – diz, intervalando com uma gargalhada nervosa - Desculpa mais uma vez. Até logo!
- Não há qualquer problema! Na boa!... Até logo!
Seguem seus caminhos. Will espera ouvir, atrás de si, o fechar da porta dos seus arrumos de Ricardo. Logo que ouve o “estalido” bem sonoro, abre a porta dos seus arrumos e logo depois bate com força à sua frente, sem entrar. Dá meia volta e corre em “bicos de pés” para casa. Tudo que Will não queria era arriscar-se a voltar a encontrar o jovem surfista neste dia, evitando mais uma conversa aparentemente “cool”... Depois daquele momento de “íntimo contacto”, Will prefere a distância do “objecto da sua afecção” pelo menos por 24 horas, até a poeira assentar (ou o embaraço assentar). Entre ficar barricado nos seus arrumos e pisgar-se de forma ridícula em bicos de pés, Will prefere claramente fazer figura de flamingo.
Will abre a porta de casa apressadamente. Fecha a porta atrás de si e, quando olha em frente, depara-se com Joey sentado no sofá, a comer uma bolachas com um prato ao colo (para que as migalhas não caiam na roupa, e consequentemente no chão.. … … uma atitude muito gay… e talvez por isso, muito astuta!... … … Esta associação gay-astuto precisa de ser testada… ). Joey olha por detrás do ombro e surpreende-se com o rosto de Will que revela uma expressão que é um misto de assustado e guloso (basicamente a mesma expressão que Will fazia quando se cruzava com o despido João Fidalgo, o Grande, nos balneários do ginásio que frequentara nos tempos fantásticos em que viveu na nórdica Suécia).
- APALPEI O RABO AO VIZINHO DE CIMA!! – diz Will em tom de voz elevado, embora sem berrar, e com um sorriso que entretanto se apaga repentinamente dando a lugar a uma expressão de surpresa (tipo “o que eu fiz, meus Deuses!”).
Joey não balbucia uma única palavra. Com uma bolacha na boca, sem a mastigar, limita-se a desviar o olhar de Will para algo estranho que se estancava em plena sala e que não faz parte da decoração da sala. Era a Dona Amélia, a simpática senhoria, que entretanto resolvera subir do seu 3ºandar esquerdo até ao seu apartamento alugado para se queixar a Joey de umas vertigens que tem sentido com o pretexto de “verificar se o cilindro lá de casa estava funcional porque o dela tem dado muitos problemas”. Na altura em que Will comunica ao mundo o sucedido, Amélia e seu vestido azul encontravam-se a sair da cozinha...o que resultou no timing perfeito para ouvir perfeitamente o que Will dissera sem ser notada a sua presença. Boa, Will! Mais um golo! Estás em grande hoje!
- Bom dia, Dona Amélia! Tudo bem? Essa cor fica-lhe bem… … Até logo!
Com grande lata, Will sai da sala e dirige-se para o seu quarto, deixando os dois desgraçados na sala, entregues um ao outro. Joey fica sem palavras. Que vai ele dizer? Explicar o lado “inocente” do fantástico anúncio de Will? … Joey não consegue descortinar qualquer lado inocente …muito menos, quando vem de Will. D. Amélia fica com um sorriso estúpido a olhar para o “azul” do seu vestido e, dois segundos depois, volta a fitar Joey, como se esperasse uma explicação … ou então como se esperasse que Joey a mandasse embora. É certo que mesmo a Dona Amélia não queria muito entender a situação. (“AI JESUS! CRUZ CREDO!! Homens sexuais! Que filhos do Demo!!”) Joey re-inicia a mastigação da bolacha e, com ar esforçadamente descontraído embora gaguejando, pergunta:
- Então, o cilindro funciona bem?
- Sim!! Está tudo bem com este cilindro!! – exclama Dona Amélia como se despejasse a resposta na ponta da língua a algo que esperava ser perguntada. Sentia-se em alívio por Joey não tentar explicar aquele “curto-circuito” de comunicação que se estabelecera momentaneamente com a entrada de Will em casa. – Vou ter que ter que ir para casa, tenho que arranjar alguém que me trate do cilindro.
Joey recorda-se de Will lhe ter dito exactamente o mesmo há poucos dias... num contexto completamente diferente, numa conversa bastante paralela…
Dona Amélia e Joey despedem-se com dois beijinhos (o que ela gosta dos “seus meninos”!!…) rapidamente. Ao contrário do que é habitual, não deixa beijinhos para Will, não vá o facto de dizer o nome dele voltar a criar a imagem mental do rapaz a entrar em casa a anunciar que apalpou o rabo do vizinho!!... Au revoir, Amélie!
Joey fecha a porta com calma. Atrás dela, fica dois segundos de olhos postos no chão. Subitamente, desata a rir. Pensamentos do género “A minha vida parece uma novela… ou, pelo menos, uma sit-com!” devem-no ter assaltado naquele momento em que vê a velhinha da Amélia a sair escandalizada da casa e em que se recorda da expressão facial de Will… Deixa a porta, dirige-se para o quarto de Will enquanto murmura para si mesmo “O que aconteceu desta vez? Até tenho medo de saber…”. Bate gentilmente à porta do quarto de Will e depois abre-a. Solta nova gargalhada ao ver Will.
- Tens muito para me contar, suponho… …
- Oh pa, eu hoje só tenho cenas de embaraço!
- Conta lá isso… sou todo ouvidos.
Joey deita-se na cama de Will… enquanto este explica “o drama…o horror…” em pé e gesticulando bastante. Daquele quarto, com bom isolamento acústico (felizmente), são soltas diversas gargalhadas, sobretudo quando Will se sai com mais esta pérola de discurso: "Ele vai martelar em cima de mim esta semana!...".... ... ... E assim… de uma forma muito fácil, aquele dia cinza de Outono fica bem mais quente e alegre.
Apesar de ter colocado a mão no dito cujo, Will não fica, porém, impressionado naquele momento. Fica extremamente embaraçado. Eu diria mesmo que naquele momento Will só queria um buraco para se enfiar… ,tendo eu perfeitamente noção dos riscos que corro, neste contexto, de ser mal interpretado… …
- Ah desculpa, Ricardo… Falhei uma escada. Está muito escuro aqui. Foi sem querer…
(“Sem querer”… pois, pois… …O que tu queres, sei eu!... )
- Não há problema! Estás bem?
Will tenta mostrar-se tranquilo e esconder, o mais que puder, o seu embaraço. Continua a descer as restantes escadas, já à frente de Ricardo, como se esteve apto para correr a maratona. Desata então numa resposta excessiva longa, num discurso que parece não ter fim, o que destrona claramente a sua vontade de ocultar o seu gigante embaraço:
- Sim, estou. Falhei uma escada. Desequilibrei-me. Falta aqui uma lâmpada. Isto pode acontecer a qualquer um. Ainda por cima, está um dia tão cinzento…É que não se vê mesmo nada. E as escadas são tão curtas. Temos que falar disto na próxima reunião do condomínio. É um assunto importante. Se for uma pessoa de idade, pode magoar-se a sério e fazer uma fractura grave. Eu conheço uma senhora de 80 anos que caiu de umas escadas e depois teve que ir para o hospital e ficou lá em internamento…
… … … … … A sério, Will, já ficavas por aí! … … Mas, Ricardo ouve-te até acabares a história toda da senhora de 80 anos, com ar de quem está interessado (ele até disfarça bem… tal como Joey quando os seus doentes começam a contar histórias da irmã da cunhada que teve um desgosto muito grande por ter um filho que anda metido com uma rapariga que só gosta de gastar dinheiro…).
Finalmente, chegam à porta dos arrumos de Ricardo. A porta dos arrumos de Will e Joey fica uns metros à frente. Despedem-se cordialmente.
- Bom, vou então entrar aqui. Até logo ou até amanhã, Will!
- Ok! Eu continuarei esta caminhada atribulada mais uns metros – diz, intervalando com uma gargalhada nervosa - Desculpa mais uma vez. Até logo!
- Não há qualquer problema! Na boa!... Até logo!
Seguem seus caminhos. Will espera ouvir, atrás de si, o fechar da porta dos seus arrumos de Ricardo. Logo que ouve o “estalido” bem sonoro, abre a porta dos seus arrumos e logo depois bate com força à sua frente, sem entrar. Dá meia volta e corre em “bicos de pés” para casa. Tudo que Will não queria era arriscar-se a voltar a encontrar o jovem surfista neste dia, evitando mais uma conversa aparentemente “cool”... Depois daquele momento de “íntimo contacto”, Will prefere a distância do “objecto da sua afecção” pelo menos por 24 horas, até a poeira assentar (ou o embaraço assentar). Entre ficar barricado nos seus arrumos e pisgar-se de forma ridícula em bicos de pés, Will prefere claramente fazer figura de flamingo.
Will abre a porta de casa apressadamente. Fecha a porta atrás de si e, quando olha em frente, depara-se com Joey sentado no sofá, a comer uma bolachas com um prato ao colo (para que as migalhas não caiam na roupa, e consequentemente no chão.. … … uma atitude muito gay… e talvez por isso, muito astuta!... … … Esta associação gay-astuto precisa de ser testada… ). Joey olha por detrás do ombro e surpreende-se com o rosto de Will que revela uma expressão que é um misto de assustado e guloso (basicamente a mesma expressão que Will fazia quando se cruzava com o despido João Fidalgo, o Grande, nos balneários do ginásio que frequentara nos tempos fantásticos em que viveu na nórdica Suécia).
- APALPEI O RABO AO VIZINHO DE CIMA!! – diz Will em tom de voz elevado, embora sem berrar, e com um sorriso que entretanto se apaga repentinamente dando a lugar a uma expressão de surpresa (tipo “o que eu fiz, meus Deuses!”).
Joey não balbucia uma única palavra. Com uma bolacha na boca, sem a mastigar, limita-se a desviar o olhar de Will para algo estranho que se estancava em plena sala e que não faz parte da decoração da sala. Era a Dona Amélia, a simpática senhoria, que entretanto resolvera subir do seu 3ºandar esquerdo até ao seu apartamento alugado para se queixar a Joey de umas vertigens que tem sentido com o pretexto de “verificar se o cilindro lá de casa estava funcional porque o dela tem dado muitos problemas”. Na altura em que Will comunica ao mundo o sucedido, Amélia e seu vestido azul encontravam-se a sair da cozinha...o que resultou no timing perfeito para ouvir perfeitamente o que Will dissera sem ser notada a sua presença. Boa, Will! Mais um golo! Estás em grande hoje!
- Bom dia, Dona Amélia! Tudo bem? Essa cor fica-lhe bem… … Até logo!
Com grande lata, Will sai da sala e dirige-se para o seu quarto, deixando os dois desgraçados na sala, entregues um ao outro. Joey fica sem palavras. Que vai ele dizer? Explicar o lado “inocente” do fantástico anúncio de Will? … Joey não consegue descortinar qualquer lado inocente …muito menos, quando vem de Will. D. Amélia fica com um sorriso estúpido a olhar para o “azul” do seu vestido e, dois segundos depois, volta a fitar Joey, como se esperasse uma explicação … ou então como se esperasse que Joey a mandasse embora. É certo que mesmo a Dona Amélia não queria muito entender a situação. (“AI JESUS! CRUZ CREDO!! Homens sexuais! Que filhos do Demo!!”) Joey re-inicia a mastigação da bolacha e, com ar esforçadamente descontraído embora gaguejando, pergunta:
- Então, o cilindro funciona bem?
- Sim!! Está tudo bem com este cilindro!! – exclama Dona Amélia como se despejasse a resposta na ponta da língua a algo que esperava ser perguntada. Sentia-se em alívio por Joey não tentar explicar aquele “curto-circuito” de comunicação que se estabelecera momentaneamente com a entrada de Will em casa. – Vou ter que ter que ir para casa, tenho que arranjar alguém que me trate do cilindro.
Joey recorda-se de Will lhe ter dito exactamente o mesmo há poucos dias... num contexto completamente diferente, numa conversa bastante paralela…
Dona Amélia e Joey despedem-se com dois beijinhos (o que ela gosta dos “seus meninos”!!…) rapidamente. Ao contrário do que é habitual, não deixa beijinhos para Will, não vá o facto de dizer o nome dele voltar a criar a imagem mental do rapaz a entrar em casa a anunciar que apalpou o rabo do vizinho!!... Au revoir, Amélie!
Joey fecha a porta com calma. Atrás dela, fica dois segundos de olhos postos no chão. Subitamente, desata a rir. Pensamentos do género “A minha vida parece uma novela… ou, pelo menos, uma sit-com!” devem-no ter assaltado naquele momento em que vê a velhinha da Amélia a sair escandalizada da casa e em que se recorda da expressão facial de Will… Deixa a porta, dirige-se para o quarto de Will enquanto murmura para si mesmo “O que aconteceu desta vez? Até tenho medo de saber…”. Bate gentilmente à porta do quarto de Will e depois abre-a. Solta nova gargalhada ao ver Will.
- Tens muito para me contar, suponho… …
- Oh pa, eu hoje só tenho cenas de embaraço!
- Conta lá isso… sou todo ouvidos.
Joey deita-se na cama de Will… enquanto este explica “o drama…o horror…” em pé e gesticulando bastante. Daquele quarto, com bom isolamento acústico (felizmente), são soltas diversas gargalhadas, sobretudo quando Will se sai com mais esta pérola de discurso: "Ele vai martelar em cima de mim esta semana!...".... ... ... E assim… de uma forma muito fácil, aquele dia cinza de Outono fica bem mais quente e alegre.