Thursday, April 12, 2007

Mas...quem são estes cromos?

Will e Joey são dois jovens portugueses que tentam viver a sua própria felicidade na maioria dos dias que têm pela frente. São amigos de longa data... não amigos de infância... mas sim amigos da juventude, mas muito próximos. Tão próximos que decidiram partilhar um apartamento em Lisboa, revelando ambos uma especial coragem no desafio que tal implica. Partilhar uma casa com um amigo próximo pode ser bom ou mau: é bom no sentido em que qualquer discussão que surja é resolvida pouco tempo depois uma vez que já se conhecem mutuamente (e, portanto, não se farão aquelas interpretações maldosas ou demasiado especulativas que só iriam minar a situação) e é mau no sentido em que se houver bronca séria (geralmente envolvendo uma terceira pessoa...o chamado "boi" ou a chamada "cabra") a valiosa amizade vai mesmo pelos ares. Entretanto, a coragem de assumir tal compromisso de honra e respeito é hipervalorizada a partir do momento em que se depara este maravilhoso contexto do lar: ambos gostam do mesmo, ambos querem o mesmo... o mesmo é dizer, ambos são gays. E, como se não bastasse, ambos são filhos únicos. Dois leões a lutarem pelo seu espaço, num apartamento raquítico na capital, a pagar caro e a ser lixados à força toda pela senhoria que vai lá de tempos em tempos criticar a decoração do quarto de Will e pedir consultas médicas de borla a Joey... enfim, estamos perante uma situação um tanto agressiva. Dá mesmo vontade de dizer "Fod*x, antes preferia trilhar o dedo mindinho num dos portões do palácio de Belém!".Will é licenciado em História. Faz 27 anos em 2007 e é de Leiria. Depois de se ter afastado da capital após concluir o curso superior, regressa agora com um brilhozinho nos olhos. Nos tempos que esteve longe de Lisboa, aventurou-se com sucesso num mestrado na gélida Suécia até Maio/2006 e posteriormente aventurou-se com insucesso numa travessia do deserto em Leiria, onde confessa que estava prestes a enlouquecer ou, como ele próprio diria uma vez, "converter-me ao celibato". Will é tal como o vêm: social (socialista? ...vou ter que lhe perguntar), alegre (gay e alegre, mesmo), amável, efusivo, eufórico, sentimentalista, autêntico, genuíno, sincero...Tem muitos amigos, mas são poucos os que entram realmente no seu coração. Tem muitos gajos, mas são poucos os que entram no... bem, Will tem sobretudo inteligência e é dono de uma cultura geral vastíssima. Ri-se com naturalidade... faz os outros rir naturalmente. Poucos são os que se ficam por um sorriso amarelo. É impossível. Will é também um jovem adulto que mantém ainda um ar de teenager. Aparenta ser mais novo, uma característica que se apagará certamente à medida que a grande cidade o atordoar lentamente dia após dia. Tem 1,80m, cabelos aos caracóis de um castanho bem notório, um sorriso "colgate" que faz com que consiga mover mundos... e bundas. É bonito e elegante, mas nem por isso feliz no amor. Uma série de desilusões amorosas já o fizeram questionar (qual drama-queen?) a verdadeira essência do amor e já se sentiu tentado a virar costas ao amor (e não no bom sentido de virar as costas...). Lisboa representa, para ele, neste momento, o doutoramento - o seu novo desafio profissional - e a esperança de vir a preencher um coração que há muito anseia bater mais forte.Joey é médico, recém-licenciado. Faz também 27 anos em 2007 e é de Braga. Vem para a capital para iniciar seu internato médico num dos hospitais mais concorridos do país - Hospital de Santa Maria. Lisboa representa, para ele, a grande cidade que até agora o fascina e a possibilidade de iniciar uma vida num local onde poucos o conhecem, onde poucos o podem socorrer pelas coisas mais mínimas...e naturalmente, a possibilidade de ser feliz. Joey não se considera, entretanto, uma pessoa infeliz. Muito pelo contrário. Revela que tem conhecido pessoas extraordinárias na vida que o adoram e que ele adora, uma delas é o Will. Conhece também o actual namorado, o Sarmento, um "nativo" alfacinha. Depois de uma temporada a viver uma relação de namoro à distância, Joey e Sarmento finalmente podem conhecer o gostinho do quotidiano "quase em comum", podem finalmente chatear-se com pequenices que não interessam nem ao Papa, podem andar à porrada como se fossem irmãos e podem, claro, fazer as pazes e retomar. Joey é, portanto, um homem do Norte. Muitos dizem que tem um charme estilo George Clooney. Talvez pelo facto de ser médico e de nos fazer lembrar a imagem do jovem George no Serviço de Urgências?... Talvez não... há quem atribua esse charme mesmo ao facto de ser do Norte e de ter aquela pronúncia que, apesar de "provenciana" para muitos queques de Cascais, acende o fogo interior a muita gente... ... E mais não digo! Mas o que é certo é que Joey não tem bem noção do impacto que a sua imagem exterior tem nos outros. Raramente sai à noite. Nunca esteve sequer numa discoteca gay. Não tem bem noção do que é ser brutalmente apalpado e do que é esperar minutos sem fim à porta de uma cabine do wc até que os dois vultos resolvam sair e dar lugar a quem quer só ir dar uma mijinha sem ter que passar pelos olhares mirones dos indívíduos que praticamente habitam nos urinóis. Joey tem, no entanto, noção que desconhece muito desse mundo "paralelo" ao seu mundo... mas, não tem curiosidade. É um romântico, capaz de fazer TUDO por amor. No entanto, não fez ainda TUDO por Sarmento... Aguardam-se próximos desenvolvimentos.Wil e Joey são assim estes cromos...fantásticos, fascinantes e acima de tudo, personagens curiosas. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

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